As araras vermelhas são um dos privilégios de Manaus. Onde mais se pode morar numa metrópole deste tamanho e ainda ver araras? Aqui no conjunto temos a sorte de vê-las quase todos os dias nas suas idas e vindas do seu lar, que talvez seja aqui perto na mata da UFAM. Mas nunca mais, há pelo menos dez ou quinze anos, eu havia visto a arara-canindé na cidade.
Por Mario Cohn-Haft
Numa caminhada matinal com meus cachorros em alguma manhã durante a segunda semana de outubro (não anotei a data lamentavelmente), vi um bando de 18 araras-canindé passando por cima do conjunto. Estavam todas juntinhas e passaram rápido como se estivessem a caminho de algum destino, não necessariamente tão perto. Me perguntei se as veria de novo. Ia até escrever para este blog, mas estava me preparando para viagem e, na pressa, não fiz. Imagine a minha alegria de descobrir, agora no meu retorno, que estão aqui ainda! Nos últimos três dias, tenho ouvido e visto várias araras dessas passando perto de casa.
Como saber se é uma canindé? Ela não é vermelha! Por cima (no dorso) ela é azul, e embaixo (no ventre e no “forro" das asas) ela é amarela—azul e amarelo, com uma cauda ate mais comprida e fina que a da vermelha. O povo da região às vezes chamam ela de “arara azul”, mas ela não é a mesma arara-azul do pantanal, nem a ararinha-azul do nordeste. E ela grita diferente da vermelha também. É sutil, mas se prestar atenção vai ver que o grito é mais gutural, r-r-r-r-r-raspando; ela é a única que grita seu nome, “arara!”
O que ela faz aqui? Vamos ficar de olho para saber. A espécie tem uma preferência natural para buritizais. Antigamente, encontrava-se algumas na ponte do Igarapé do Mindu na Colônia dos Japoneses. Será que essas de hoje estão ficando no buritizal do nosso lago? Arara voa longe todo dia atrás de frutos para comer, mas volta a dormir no seu lugar predileto. Vamos curtindo essa visita enquanto podemos e torcendo por elas estarem se abrigando em algum lugar seguro, como o nosso conjunto, uma área verde que abriga tanta variedade de vida silvestre.
Mario Cohn-Haft
30 de outubro de 2016
fotos: Anselmo d’Affonseca
gravações: Philip Stouffer e Luciano Naka
7 comentários:
se falarem que tao gostando dessas noticias de passarinho, quem sabe nao faco mais?
Esperando mais, então, Mário. É sempre bom saber das novidades "daí de cima".
Também adorei! Não moro mais no conjunto, mas to de olho!!!!!!!!
Que legal, Mario. Sempre vejo várias passando pela minha casa. Ouço o grito e saio correndo pra tentar ver. Sempre falo que depois de 5 anos morando aqui, ainda não me acostumei com a beleza desses bichos (nem pretendo me acostumar). Agora vou tentar olhar com mais cuidado pra saber qual delas está passando por lá!
Estive poucas vezes no Acariquara, mas gostei bastante!! Um privilégio ter a Canindé no quintal do condomínio!! Parabéns !!
E o blog, super bacana!! Texto leve e informativo, com fotos e som!! Super bacana! Siga em frente!
Excelente Mário, é um prazer ver sua participação. Vamos incentiva-lo a continuar e também outros moradores, com os mais diversos assuntos. Embora parte dessa comunidade tenha formação em meio ambiente creio que a maioria é leiga, por isso cada post como esse é uma aula. Obrigado e parabéns.
obrigado gente pelo incentivo. podem viver a se arrepender de ter incentivado, mas acho q vou mandar mais entao! abraços, mario
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