Às vezes é preciso um pássaro para nos lembrar porque a gente mora no Acariquara, para lembrar o prazer da proximidade com a natureza, e para me despertar a escrever de novo.
Por Mario Cohn-Haft
(3 abril 2018)
Hoje foi um velho amigo, talvez conhecido por muitos de nós dos sítios e fazendas do interior deste país todo. O acauã é um gavião (mais corretamente um falcão, mas mais sobre isso outra hora) e hoje um cantava da árvore mais alta da esquina da Humboldt com a Cedroramas enquanto eu andava com meus cachorros.
Cabeçudo e de máscara preta, o acauã (Herpetotheres cachinnans) não lembra nenhuma outra ave. Come cobras e lagartos e outras presas fáceis de pegar no chão. Foto: Anselmo d’Affonseca. |
O canto do acauã (ouça aqui) é um som do interior, nada que se espera ouvir numa cidade de dois milhões de habitantes. Mais sorte a nossa de poder ouvir de vez em quando aqui perto de casa. Esse cantou até atrair a atenção de um bem-te-vi, que perseguiu ele até voar embora. Outro dia volta.
(22 abril 2018)
Semanas depois, mais uma caminhada com os cachorros e mais uma ave de rapina especial. Hoje de tarde passou voando o gavião-caracoleiro. Como a maioria das espécies de aves caçadoras, é especializado em um certo tipo de presa, não pega qualquer coisa e jamais caçaria os pintinhos do quintal ou nossos gatinhos.
O gavião-caracoleiro (Chondrohierax uncinatus) se destaca pelas cores verde e amarelo da pele entre o bico e os olhos. Vive principalmente na várzea e come caramujos. Será que o que vi no Conjunto estava caçando os caramujos africanos? Foto: Anselmo d’Affonseca. |
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